25.7.07

pronto

eu vivo

em jornal

para jornal

por jornal

minha vida é notícia

é?

a minha, não

a dos outros, sim

15.7.07

o sempre op. 2

o sempre vai ser sempre assim?

o sempre

"sabe, tem vezes que a gente fica com vontade de chorar. Não tô dizendo que eu chorei, mas tive vontade. Sabe por que? Não sei. Não sei. Só sei que me deu um negócio que me deu vontade de chorar." (de um diário de 1987, aos 10 anos)

2007, 30 anos: subscrevo.

19.9.06

as time goes by

porque eu trabalho pra caralho, comprei umas coisinhas, e uns caras quiseram pra eles:

perdi o chão

o teto

as paredes sem nada pendurado

a janelona clara que iluminava tanto

a mini cozinha e o banheiro com banheira

a minha intimidade

a privacidade

a paz

estou confusa, muito confusa

não. estou com medo.

20.8.06

uma carta de amor

H,

Essa cidade é cansada e exausta. Esse quarto de hotel. Hoje eu comi salmão, tomei vinho bom, mas as pessoas só me bastam. Eu queria você.

Estou que não consigo dormir, hoje já perdi o avião da manhã em Campinas, fui até SP e cá estou em Brasília, essa capital-de-meu-país-tão-distante-que-não-sei.

Tenho saudade de sua voz cantando tanguinhos. De sua voz cantando risadas. Eu queria dormir em você, porque tudo vai ser longo nessa semana. Mas não dá. Não dá. Eu penso no nosso encontro e na hora que a gente vai ser feliz.

Abraço pelado, beijo na boca.

F.

hífen

hoje eu acordei às duas, duas-e-meia com uma voz gostosa de um amigo-que-não-vi-nunca-mais, e ele me chamava pra ir comer sarapatel-feijoada-rabada-baião, eu tinha recém-aberto os olhos e tinha na garganta-boca-cabeça-peito umas bolas de coisas incompreensíveis, e resolvi-que-não, que ia passar o dia fazendo o que tinha que fazer:

jogar papéis-latas-urucas fora
passar um paninho-vassourinha
falar com um-e-outro
arrumar aquelas roupas-sapatos todos jogados
ver se aquele fitoterápico-algo-que-o-valha é bom mesmo pra tpm
baixar uns chicos-caetanos da rede

mas a certa hora, eu não tinha meu sono-fuga, e as urucas-bacas continuaram e então comecei a pensar:

estou só-só.

preciso de alguém. amigo-amor-família-cachorro.

(mas eu falei com alguns. e minha voz parecia ser de outra pessoa, parecia eu encarnando num corpo desconhecido. e quando eu andei pela rua também senti isso. e quando, pela primeira-vez-no-dia falei com alguém pessoalmente, soltei os cachorros-a família-as eleições-a solidão-o corpo-a pobreza-a soberba-a indignação-o medo-a angústia em cima dele, dizendo que eu-quero-o-gerente. e saí com lágrimas-nas-mãos).


daí, eu percebi que o momento era mesmo de me-myself-and-I.

pode ser o começo-da-saída.

17.3.06

e tem mais, meu bem

eu ouço
eu ouço



e


será que fico pra tia?


dani, padrinho, te espero!

veja bem, meu bem

temos um novo palhaço em vista

(os palhaços de verdade não devem se equiparar a esses bostas)

continuemos: todos estão/estamos achando que tudo é lindo; mas todos estamos na mesma lama.

veja bem: MESMA LAMA.

uns se gabam de seus microondas, outros de suas cabeças cortadas fora.

Depois, uns se gabam de serem alguém:


_ é, eu sou isso e aquilo, trabalho-num-sei-onde-com-num-sei-quem num design qualquer.

_é, eu sou isso e aquilo, trabalho-num-sei-onde-com-num-sei-quem numa chacina qualquer.


É muito fácil fazer com que um odeie o outro.

Nos odiamos com facilidade. Nos amamos pouco.

Mesmo quem se ama tem a capacidade de fazer tudo errado.

Eu, como qualquer pessoa, só quero poder viver sem ter que pensar em merda.

Eu só queria ter que amar.
Sem ter que pensar em morte, em vida, em passado e em futuro.

28.2.06

bonitezas e ignorãças

dance me to the end of love

27.2.06

tired

perdoar
entender
agüentar
lembrar
esperar
amar só

cinco horas e cincoenta minutos

já viraram seis

e eu continuo querendo saber

17.2.06

conversinha em trânsito no 7393

- Jacaré tem olho bravo?
- Não...
- E tubarão?
- Também não. Os olhos do tubarão são bem pequeninhos. O que é bom nele é o olfato.
- Ele sente cheiro?
- Sente.
- Se eu jogar um prato inteiro ele sente?
- Sente, lá de longe.
- E se eu jogar espaguete?
- Tubarões não comem espaguete. Comem carne.
- ...
- Eles gostam de cheiro da sangue.
- Que nem vampiro?
- É.
- Ele come vampiro?
- Deve comer.

3.2.06

...

broken heart.

...

cérebro quebrado.

2.2.06

...

tclado quebrdo.

21.1.06

foi lá em almada



9.1.06

pura

felicidade é ouvir o barulho do mar.

Tudo bem perder o ônibus das 10h45. Encontrei o outro, das 13h, esperando por mim, com um lugar de uma pessoa mais atrapalhadaa que eu. Por muita sorte. Depois perdi o último que me levaria à Almada, que era às 15h30, e eu, às 18h, me mandei rumo à divisa SP/RJ, pronta pra encarar uma caminhada de 4km. Sozinha. Escurecendo. Mala de 13kg nas costas. E, 7 minutos depois, surge uma camionete, com o frigobar mais antigo que eu já vi e que foi meu companheiro até a praia.

cheguei

Não achei ninguem, mas ouvi uma conversa entre 2 caras - vocês também? eu também...- e logo estava em casa.

felicidade é ouvir o barulho do mar.

Tradição minha, ao chegar em qualquer praia, é já ir de biquini, porque a primeira coisa que quero é me jogar no mar. Desta vez, isso não aconteceu, porque tínhamos que carregar milhões de sacos de supermercado, um engradado de cerveja, cadeiras e parafernálias (fora a minha bagagem) morro acima. Cheguei exausta e enxuta porque foi difícil chegar. Mas sempre soube que chegaria.

eu conheci: me

felicidade é o mar.

O mais importante : Max , Gui, Doda, Mario, Leo, Gábi e Miroca. Mas sabia também que estaria sã e salva se isso não ocorresse, e foi a primeira vez que isso aconteceu em muito tempo: sem medo de estar só.

28.12.05

de passagem

não agüento mais contar os minutos pra sair daqui

(o último dia sempre é o pior, porque as páginas viram minutos, as letras passam voando, ali, ali... as pessoas são cronômetros em contagem regressiva, as vozes não emitem nada que tenha sentido, as coisas são o dia de amanhã, na areia, no mar, na praia)

27.12.05

a música que eu mais ouço no momento

Atiraste uma pedra no peito de quem só te fez tanto bem
e quebraste um telhado, perdeste um abrigo, feriste um amigo
conseguiste magoar quem das mágoas te livrou
atiraste uma pedra com as mãos que essa boca tantas vezes beijou

Quebraste um telhado que nas noites de frio te servia de abrigo
perdeste o amigo que os teus erros não viu e os teu pranto enxugou
mas acima de tudo atiraste umas pedra turvando essa água
essa água que uma dia por estranha ironia tua sede matou

beija-me, amor

Beija minha boca
Com tua boca vermelha
Para que eu sinta o seu gosto
Mesclado, com gosto de amor
Mastigado entre os dentes meus

Sou cesta de Natal
Cheia de latas vazias
Não deixe que eu me comova
Me dê um cigarro sem filtro
Vagabundo como nós

Não podemos sofrer
Não leremos jornais
Que noticiem crimes
Não participaremos dessas mortes vis
Beija minha boca, varonis!

21.12.05

7393

eu tava no busão. lia dostoiévski. tô assim. o idiota. puta livro. só leio no busão.leio.penso.leio.leio.penso. princesa isabel, estação da luz. penso. penso.bilhete único. penso. já perdi ponto por causa do Idiota.

firma

ai, acabei de chegar, ai, acabei de sempre te amar, ai, que falta, ai, que sempre ter que explicar tudo pros mortais, ai, os braços, ai, os nazis, ai, os canhotos, ai, os gold fingers (achei melhor), os poltronentos (achei melhor), os dançarinos de forró e os atores da globo (os da novela da sete [beeeeeeen!] e a mina indecifrável com a qual pareço), ai, eu não, o filial, o outro, sua ausência, minha vida, eu voltando a mim, minha vida, minhas pendências e culpas, ai.

ai como eu sabo
ai como é bom ter-te

eles sempre se vão.
você fica.

12.12.05

Ad augusta per angusta

[lat.] Às coisas excelentes pelos caminhos
estreitos.
CÉREBRO
Tentava mirar e acertar na mosca que jazia na água-cerveja-mijo. O jato já tomara.
[Há sempre na minha cabeça a possibilidade de tomar um quente forte barato]
Você tem a sinfonia nº 3?
[Talvez tenha, um amigo emprestou, não sei quando volta, talvez nem tenha, talvez nem volte]
O-caminho-com-instante-mente-volta.
Mente. Volta a sensação de estar engolindo todo o ar do mundo com o nariz.
De sss com gesto íon ar.
A hora flui, fui ver a hora, não, agora.
[Surge no Mahler um certo quê de filminho hollywood música 1 tempo 10 – ainda prefiro as dele grandes horas de angústia a seu romanticismo barato]
Acontece quando se está sozinho. E se sozinho, espera. Se espera, cansa. Se cansa, pensa. Se pensa, caraminhola. Se caraminhola, fala. Fala sozinho.
De onde alguém tirou o cantar do galo nas horas de despertar? Já vi galos e galos e galoises cantando na mais alta noite.
o cheirar o amar
você já amou
eu não sei se
acho que sim
eu o que sou se nem sombra nem gesto consigo ver
sentado bêbado
o-nariz-mais-do-que-fala-mais-do-que-ação-nenhuma
empurra fumaça dentro põe fumaça fora bebe algo pseudo dourado pensa uma nada-conclusão-fria
não sabe o que fazer
SER ÉBRIO

(De uma gaveta de 1998)

7.12.05

pós

alguns litros d'água
um cheeseburguer com cebola frita
uma coca-cola heavy
dois marlboros
oito gotas de agrimony, larch, pine, scleranthus & wild oat


o resto é oco

pré

eu adoro ele

ele me adora

eu chorei e disse "eu te amo"

ele chorou e "te amo também"'

ele disse

"'vou ver a outra"

desliguei

e chorei

5.12.05

eu gosto é da elis

post e vaia de bêbado não valem

eu não sei falar de amor

alvinegro

frito filé

diagramo casamento bilionário

descasco coisas

falo sobre

descasco d'onde eu venho

perco o curíntia

ganho

bebo sobre

fumo um camelo

e nada nada nada

e tudo tudo tudo

e é só

meu amor

(tenho um teclado duro e um PC lento)

4.12.05

na lagoa

Um início de pensação, bosta fluida, remar e queimar cabeças, o aleatório, o homem de flores na voz, a voz caladiça e gritando, e ombros e solavancos se sobrepondo – nada no inferno, nas últimas penas, sentido contrário e rouco, das pedras, escurinhas, breu da pouca consciência, um estar em outros, caindo na boca do indizível, mal dizendo o que é.

Enquanto blocos de gentes se amontoam num pseudoimaginário louco e pequeno, a dor é toda e nossa, não há como calar e a multidão emudece só.

Pensar mais uma vez na sozinhez e saber não sê-la, estrelas e lua invadindo o que devem, um frio batendo nas veias, nos ossos e olhos.

Visão congelada, antemão entreposta, caminhosidades, o voltar eterno, revoltar a um que pouco.
Descer quebrado, enevoar-se nessas ondas de calor que não se explicam na essência, as bestas-mundo sobrando, atravancadas como carnes de gente, entrevados no sossego imediatoso, ali, bem onde tudo se encurva, se rende em feias teias de piche e sal.

Saber assim da própria inutilidade. Mas sei – acaso – de uma força que se não destrói, primeiro encerra e depois funciona.

Porque, se a palavra é sonho, que inunde, então, as luzes íntimas, que role desastrado nas paredes do mundo.

São de quê as paredes do mundo?

Animosidade panacéia rugosidades?

Alívio alento loucura?

São de quê as paredes da alma?

Escarnecem ao mero sinal de derrota, ou pelo contrário?
É que a voz não cessa e teima em jorrar

(que ou quê? - pra bia)
( esperando, em joão pessoa)
( de uma gaveta de 1999)

Fragidéias: pequeno diálogo múltiplo-incompleto entre alguns habitantes de um mesmo ser

A mutação clara dos tempos.

Mund’anda.
Eu. Anda.
Eu ando pensando descaradamente.

[Ainda que as lágrimas corram pra dentro – olho comprime lágrima – lágrima flui nas veias – sangrilágrima]

Era o momento pra correr.
Correr daqui de mim. Desse por fora de mins.

A lua mingua minha língua sua lua.

[Um só cigarro, dois palitos de fósforos
Um só mar, só céu
Algo só eu
Dois palitos de mim
Uma caixa de palitos de mim]
E então a cabeça são mil cabeças
Ser há?

[Palitos de mim.]

Você venta menos.

Era sua a idéia?

Vagamente.

Te lembra?

Te fode.

[Fluxinhos], tu rindo, andar-te nas costas a vida, a casca, as noites-coisa e o mundo.

[Atravessou a rua, deu verde, num lugar seu, ainda. Daqueles, dos que fazem troca.]

(de uma gaveta antiga)

28.11.05

cumple

sempre o tormento, a tormenta se aproximando.
cada virada de ano, cada envelhecimento simbólico me apavora.
tenho medo da visão do centro.
me calo, me apago.